Frevo

Frevo

Duda Moura

Duda Moura Em primeiro lugar gostaria de agradecer o site BATERA, em especial o Magoo pela oportunidade de estar mostrando um pouco do meu trabalho para quem venha interessar.

Este é meu primeiro workshop para o site BATERA, então nada melhor do que uma breve apresentação mostrando meu conceito sobre os RITMOS DO BRASIL, tema que será sempre abordado.

"Comecei minha carreira musical na MPB em 1981 sob influência dos bateristas Robertinho Silva e Márcio Bahia . Depois Steve Gadd, Stewart Copeland e Omar Hakin vieram enriquecer a minha formação musical. Na estrada rolou de tudo , Jazz, Pop-Rock, Blues, Funk, Hip-Hop, Drum n'Bass, mas o que realmente me pegou de jeito foi a força dos tambores brasileiros. Os responsáveis por isso foram o Samba-Reggae do Olodum, a Batucada da Mangueira, o Ijexá dos filhos de Ghandi, a levada do Ilê Aiê, o Baião e o Xote de Luiz Gonzaga, o Frevo de Antônio Nóbrega , enfim, toda esta riqueza rítmica que temos neste país chamado Tambor. Tambor? Opa !! Brasil! Daí o nascimento de um novo vocabulário musical. Do Brasil para o mundo"

* Os workshops vão seguir a mesma sequência do meu método "Grooves do Brasil". Sendo assim, vou começar falando sobre o frevo.

FREVO

Marcha em tempo binário e andamento rapidíssimo que pôs o Brasil para pular, possuindo uma dança original, nascida do povo de Pernambuco. De origem urbana, surgiu nas ruas do Recife nos fins do século XIX e começo do século XX. Originou-se do repertório das bandas militares na segunda metade do século XIX, misturando-se aos ritmos do maxixe, da modinha, da polca, do tango, da quadrilha e do pastoril. Deduz-se que a música apoiou-se desde o início nas fanfarras constituídas por instrumentos de metal, pela velha tradição bandística do povo pernambucano.

Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensaram em dar ao povo mais animação nos folguedos de carnaval, e a gente de pé no chão, queria música barulhenta e animada, que desse espaço para extravasar alegria dentro daquele improviso. No decorrer do tempo a música ganha características próprias acompanhada por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos (vindos da capoeira). Nas suas origens o frevo sofreu várias influências ao longo do tempo, produzindo assim variedades. A década de trinta serve de base para a divisão do frevo em: Frevo-de-Rua, Frevo-Canção, Frevo-de-Bloco.

O frevo-de-rua é exclusivamente instrumental, sem letra. É feito unicamente para se dançar. Este estilo tem as modalidades de frevo-abafo (predominância de instrumentos de metal), frevo-coqueiro (com notas agudas) e frevo-ventania (semicolcheias).

O frevo-canção ou marcha-canção possui uma parte introdutória instrumental e outra cantada, tendo como letra tema dos mais variados.

O frevo-de-bloco é executado por Orquestras de Pau e Corda, com violões, banjos e cavaquinhos. Suas letras e melodias, muitas vezes interpretadas por corais femininos, geralmente trazem um misto de saudade e evocação.

Na década de cinquenta, inspirados na energia do frevo pernambucano, a bordo de uma pequena fobica, dedilhando um cepo de madeira eletrificado, os músicos Dodô & Osmar fincavam as bases do trio elétrico baiano que se tornaria conhecido em todo o país a partir de 1979, quando Caetano Veloso documentou o fenômeno em seu Atrás do Trio Elétrico. Diga-se de passagem, que o grupo Novos Baianos do meu grande amigo Zé Roberto (baixinho/percussionista), foram os primeiros a cantar em um Trio, até então era somente música instrumental.

O gênero esfuziante sensibilizou mesmo a intimista bossa nova. De Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Frevo) a Marcos e Paulo Sérgio Valle (Pelas Ruas do Recife) e Edu Lobo (No Cordão da Saideira) todos investiram no (com) passo acelerado que também contagiou Gilberto Gil a municiar de guitarras seu Frevo Rasgado em plena erupção tropicalista.

A baiana Gal Costa misturou frevo, dobrado e tintura funk (do arranjador Lincoln Olivetti) num de seus maiores sucessos, Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva).

Frevos mais populares:
Vassourinhas (Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas) - Orquestra de Frevos do Recife
Atrás do Trio Elétrico (Caetano Veloso) - Caetano Veloso
Banho de Cheiro (Carlos Fernando) - Elba Ramalho
Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) - Gal Costa
Frevo Mulher (Zé Ramalho) - Amelinha
Me Segura Que Senão Eu Caio (J. Michilles) - Alceu Valença

Álbum (CD) recomendável:
Pernambuco Falando Para o Mundo - Antonio Nóbrega

Exemplo de um frevo tradicional tocado no set de bateria:

  • O surdo é opcional na levada
  • As semicolcheias também podem ser tocadas no chimbal
  • Aplicar ghost notes nas caixas não acentuadas
  • As acentuações variam algumas vezes de acordo com o tema

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